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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Policia Federal cumpre mais de cem mandados de prisão, em 9 estados.



Operação da PF e MP prende 18 e apreende iate e Ferrari em Brasília

Guilherme Balza
Do UOL, em Brasília

Uma operação da Polícia Federal contra lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas, deflagrada na manhã desta quinta-feira (19), cumpre 102 mandados judiciais.
Ao todo, são 27 mandados de prisão (5 preventivas e 22 temporárias) e 75 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal em mais nove Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia. A PF não informou quantas pessoas já foram presas.
A operação ocorre em parceria com o o Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCOC) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Segundo o MP, 18 pessoas já foram presas e 22 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A ação apreendeu ainda um iate avaliado em 2,6 milhões de dólares e uma Ferrari, ambos em Brasília. "Eu acredito que seja a maior lancha do lago Paranoá", disse a delegada Andrea Pinho, coordenadora da operação Miqueias, em referência ao lago da capital federal.
A Polícia Federal não confirma os nomes dos 18 presos, mas confirma que o iate e a Ferrari pertencem à mesma pessoa. Acredita-se que o dono seja o doleiro Fayed Traboulsi.

Entenda a operação

Denominada Operação Miquéias, a ação pretende desarticular duas organizações criminosas com atuações distintas, segundo nota da PF.
Uma delas é acusada de aliciar prefeitos e funcionários públicos para investirem dinheiro de regimes próprios de previdência social em fundos de pouca rentabilidade. Em troca, os agentes públicos recebiam um percentual do investimento.
Segundo a PF, "a investigação teve início há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas ou testas-de-ferro, de forma a ocultar os verdadeiros responsáveis por tais movimentações".
De acordo com as investigações, descobriu-se que as empresas eram usadas para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.
Ainda segundo a PF, assim que entrava nas contas bancárias das empresas investigadas, o dinheiro de origem ilícita circulava por outras contas pertencentes à quadrilha até serem, enfim, sacados em espécie.
Nos 18 meses de investigação, foram sacados mais de R$ 300 milhões nas contas dessas empresas.
As investigações apontam que a quadrilha tinha três núcleos distintos que contavam com a participação de policiais civis do Distrito Federal, responsáveis pela proteção da quadrilha.
A PF afirma que os líderes da organização criminosa também aliciavam prefeitos e gestores de regimes próprios de previdência social para que eles "aplicassem recursos das respectivas entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso".
Esses fundos eram formados por "papéis podres", decorrentes da contabilização de provisões de perdas por problemas de liquidez ou pedidos de recuperação judicial dos emissores de títulos privados que compõem suas carteiras. Isso teria causado prejuízos para esses regimes de previdência.
Sempre de acordo com a PF, os prefeitos e gestores dos regimes eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.
As investigações apontam que as irregularidades aconteceram nos regimes previdenciários ligados as seguintes prefeituras: Manaus, Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA). O UOL não conseguiu contato com as prefituras citadas pela PF.

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