Vice-governador critica chapa formada por Henrique, Wilma e João Maia, à qual atribui o título de "acordão"

Com a candidatura ao governo do estado confirmada em convenção neste domingo (29), o vice-governador Robinson Faria (PSD), ao discursar no evento, disse que seu sonho de chegar à chefia do Executivo foi subestimado pelos seus adversários político. “Não fui buscar meu sonho nos grandes partidos. Fui buscar com o povo. Os poderosos me olhavam com desprezo. Menosprezavam minha candidatura. Mas não me intimidei. Estou alimentado de sonho, resistência e coragem”, discursou.

A convenção simultânea do PSD, PT e PCdoB oficializou a chapa majoritária formada por Robinson para o governo, o deputado estadual Fábio Dantas (PCdoB) vice e a deputada federal Fátima Bezerra (PT) para o Senado. O grupo também recebeu o apoio de PP, PTdoB, PRTB, PEN, PTC e PPL. O pontapé inicial da campanha foi marcado por críticas à chapa adversária, formada pelo candidato a governador Henrique Eduardo Alves (PMDB), o vice João Maia (PR) e a candidata ao Senado Wilma de Faria (PSB).

Apesar de contar com o apoio do cunhado da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o deputado federal Betinho Rosado (PP), Robinson criticou a administração estadual. Disse que foi candidato a vice da democrata em 2010 em um projeto para mudar o estado. Mas logo no início viu que não daria certo e rompeu. Ele aproveitou o ensejo para tentar atrelar o adversário Henrique Eduardo ao governo.

Faria também criticou todo o grupo formado em torno da candidatura do peemedebista. Ele acusou os ex-governadores que apoiam seu adversário de serem responsáveis pelo fracasso do Rio Grande do Norte durante os últimos 50 anos. Empolgado, ele afirmou que, se vencer a eleição, não aceitará a participação do PMDB no seu governo. O candidato do PSD disse ainda que acredita na vitória, apesar das adversidades.

A cor escolhida por Robinson para a campanha é o vermelho, mesma cor adotada por Wilma de Faria, candidata ao Senado na chapa adversária. Além de “combater o acordão”, o discurso da chapa Robinson, Fábio e Fátima será focado na vinculação ao ex-presidente Lula (PT) e à presidente Dilma Rousseff (PT), fato que foi observado nas palavras proferidas durante o lançamento das candidaturas.

Memória

Apesar de o vice-governador entoar o discurso de mudança, responsabilizando a chapa adversária pelos problemas do estado, ele teve uma trajetória política atrelada aos apoiadores da coligação de Henrique. Faria inciou a carreira política no PMDB, como soldado do ministro Garibaldi Filho (PMDB). Em seguida, mudou para o extinto PFL, seguindo o senador José Agripino (DEM). Saiu do partido para manter a aliança com o governo Wilma, de 2002 a 2010, ao qual deu sustentação na Assembleia Legislativa.

Robinson também apoiou a eleição da ex-prefeita de Natal Micarla de Sousa, em 2008, e sua administração. Rompeu com Wilma em 2010 para ser vice de Rosalba. Já no PSD, tentou se consolidar candidato ao governo pelos partidos de oposição a Rosalba. Sem sucesso, encontrou no PT, que também foi rejeitado por outros partidos, a chance de viabilizar seu sonho. Firmou a aliança e oficializou sua candidatura neste domingo.

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